Exibiremos nesta página as atividades produzidas por alunas(os) após a oficina de História, Identidade e Cultura Hip-Hop.
FOTOGRAFIAS, DESENHOS E TEXTOS
Estudante: Raianny F. – 2º ano - Edificações
A fotografia acima retrata um grafite feito por Decy na Praça do
Bacião – Setor Sul. Segundo a aluna Raianny, a representação de
indígenas, assim como de pessoas negras, é uma marca de Decy, que possui
outros grafites em Goiânia. "É possível perceber a valorização da
cultura de minorias em suas diferentes obras espalhadas na cidade.",
afirma a aluna.
Além de ter apresentado a fotografia na atividade proposta, Raianny
também produziu o desenho acima baseando-se no grafite escolhido.
Estudante: Thaynara - 2º ano - Edificações
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Grafite encontrado em Senador Canedo de autoria desconhecida Fotografia: Thaynara |
Para Thaynara, mesmo sendo uma forma de expressão e de arte, o grafite não é valorizado pela sociedade, pois representa uma linguagem específica de crítica aos fatos sociais. " Esse grafite que eu escolhi faz uma crítica à sociedade como um todo, pois a imagem mostra vários rostos com olhos e bocas grandes, o que pode ser considerado como uma crítica à forma como as pessoas vivem atentas à vida alheia e espalham boatos. Também pode querer dizer: estamos de olhos atentos ao que você está fazendo (...)", afirma Thaynara.
A estudante Lorena conta que esse grafite existe há 4 anos em um muro na esquina da Rua Almiro de Amorim. A autoria é desconhecida e está escrito no grafite: + Cor, - recalque. " Em minha opinião, como a região é violenta, o grafite quer transmitir uma mensagem de que devemos ser mais alegres, que é necessário ter mais paz e menos rivalidades, violências e brigas", diz Lorena.
Lorena produziu também um desenho inspirado no grafite que fotografou:
Estudante: Derliyl Ohanna G.J.F. Evangelista - 2º Ano - Edificações
Letra do rap:
A minha vida tá uma droga e nem as drogas "tá" melhorando ela,
única coisa que eu tenho é meu rap representando minha favela.
Uns "faz" por dinheiro ou porque acha legal, eu faço pelo povo, nova revolta social.
Pra uns eu sou anormal, mas "nunca fiz" pra chamar atenção de "boysin" paga pau.
[Autores: Daniel Pereira da Silva e Wallace Nunes da Mota.]
Para Derlyil essa fotografia, que foi tirada no Setor Planície em Aparecida de Goiânia, é a expressão do rap. "Esta fotografia representa para mim o momento que estamos vivendo, a luta por nossos direitos por meio do rap, em que os autores tentam manifestar a realidade que vivem, em uma região onde o rap faz parte da cultura. É uma forma de manifestar sua indignação em relação ao desrespeito aos seus direitos sociais e políticos", afirma Derlyil.
Estudante: Haiany Santos – 2º Ano - Química
Hungria – Lembranças
Lembrei daquela sexta-feira
Pé descalço e poeira
Menino que se achava dono da quebrada inteira
Dibicando pipa, saudade dessa idade
Nunca tive nada, mas tinha minha vaidade
Entre o sonho da bicicleta
Quem sabe a Mobilete
Carrinho de rolimã não atiçava as periguete
E que se foda o personagem que quer me ver infeliz
Que olha pro meu troféu mas não vê minha cicatriz
Lembrei daquela sexta-feira
Pé descalço e poeira
Menino que se achava dono da quebrada inteira
Dibicando pipa, saudade dessa idade
Nunca tive nada, mas tinha minha vaidade
Entre o sonho da bicicleta
Quem sabe a Mobilete
Carrinho de rolimã não atiçava as periguete
E que se foda o personagem que quer me ver infeliz
Que olha pro meu troféu mas não vê minha cicatriz
Haiany, ao ser solicitada a buscar e analisar uma expressão da Cultura Hip-Hop, escolheu essa letra de Rap e afirmou: "Essa letra fala de um adolescente que sempre lutou pelo que quis, enfrentou barreiras, preconceitos, mal olhares e outros mil fatores. Mas mesmo assim, ele nunca desistiu, sempre lutou pelo que quis. E é assim que muita gente luta pelas coisas, sem olhar para trás, só vai, da a cara a tapa. Essa música serve para refletir bastante. Serve para mostrar que se você quiser, você consegue. Nenhum obstáculo é capaz de destruir o sonho de alguém.".
Ariane Matias Correia – 2º Ano - Agroindústria
Ariane Matias escolheu para a produção de sua atividade esse grafite localizado em São Paulo. Não há identificação da autoria da obra, mas ela foi elaborada no contexto atual e tem o objetivo de fazer "(...) uma indagação para os problemas que são de grandes dimensões que muitas vezes não são solucionadas.", afirma a estudante.
Dainara P. Silva – 2º Ano - Química
[...] O drama da cadeia
Passageiro do Brasil,
[...] Olha quem morre,
Me ver pobre preto ou
morto já é cultural [...]
Negro Drama - Racionais Mc's
[...] Negro Drama
Cabelo crespo, E a pele escura
A ferida, a chaga,
A procura da cura
[...] O drama da cadeia
e favela, Túmulo, sangue
Sirenes, choros e velas
Passageiro do Brasil,
São Paulo,
Agonia que sobrevivem,
Em meia zorra e covardias,
Periferias,vielas,cortiços
[...] Olha quem morre,
Então veja você quem mata,
Recebe o mérito, a farda,
Que pratica o mal,
Me ver pobre preto ou
morto já é cultural [...]
Tinha um pretinho,
Seu caderno era um fuzil [...]
A aluna Dainara P. Silva analisou a música Negro Drama do Racionais Mc's, obra que fala bastante sobre a realidade da periferia e o que se espera das pessoas que vem de lá: "(...) no trecho grifado [...] mostra algo que acontece frequentemente em uma periferia e é considerado normal como uma criança ao invés de estar na escola com incentivo e educação de qualidade estão nas ruas já com armas nas mãos, isto pela forma com que o governo trata as periferias, outro trecho da música fala sobre a farda, o que é uma mera referencia ao governo. E a música mostra também características físicas de grande parte dos moradores de periferia que em sua maioria além das dificuldades por ser de um lugar pobre sem infraestrutura, ainda sofrem preconceito por sua cor, cabelo, entre outras características.", afirma Dainara.
Estudante: João Marcos – 2º Ano - Química
Eis-me Aqui - Síntese
Na imensidão do pensamento...
e pra onde sopra o vento
Lá onde a vida é só um momento,
que caiu no esquecimento
O processo é lento. E ao relento desatento
sentimento. E a impressão que dá que
é a hora do arrebento.
Então o que fazer o que enfrento; Você quer o
que, por que?
Não tá isento. Olha o mundo em volta
vai correr do que?
Sem ter para onde ir. Ter que entrar no
bonde e ir.
Ver que mudar não é só fingir, é morre
para se corrigir.
e pra onde sopra o vento
Lá onde a vida é só um momento,
que caiu no esquecimento
O processo é lento. E ao relento desatento
sentimento. E a impressão que dá que
é a hora do arrebento.
Então o que fazer o que enfrento; Você quer o
que, por que?
Não tá isento. Olha o mundo em volta
vai correr do que?
Sem ter para onde ir. Ter que entrar no
bonde e ir.
Ver que mudar não é só fingir, é morre
para se corrigir.
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