Por João Pedro e Luísa Viana
As oficinas de
História realizadas no IFG| Aparecida de Goiânia durante o mês de maio, motivadoras
da construção desse blog, foram fundamentais para o nosso processo de formação
como professores. A primeira, com o tema Gênero, Cidadania e Periferia
proporcionou momentos de discussão muito importantes, os quais aludiram a
própria realidade dos alunos. Entretanto, apesar dos debates frutíferos, não
tivemos muito êxito no momento de explanação dos conceitos de gênero, cidadania
e periferia, pois faltou um diálogo mais consistente com a turma. A aula
dialogada é uma proposta metodológica que busca situar o aluno de modo mais
efetivo nas temáticas abordadas. Para tal é necessário verificar quais
conhecimentos prévios os discentes possuem sobre o tópico discutido, assim é
possível conectar novos saberes com a bagagem de informações que eles trazem para
a sala de aula. Dessa forma, o aluno se torna sujeito ativo do processo de
aprendizado e consequentemente consegue se sentir mais atraído e mais envolvido
com a matéria.
Essa proposta de aula
dialogada é um desafio para nós enquanto estudantes de Licenciatura, pois ainda
não consolidamos nossa identidade docente. A construção identitária como
professor(a) é um processo que exige o desenvolvimento da teoria e da prática.
Assim, essas oficinas oportunizaram para nós um momento de desenvolvimento de nossas
habilidades aprendidas no curso de História. É importante ressaltar que
o aprendizado se dá com o reconhecimento dos erros e a possibilidade de
reformulá-los. Por isso, na segunda oficina, em que tratamos sobre Identidade e
Cultura Hip-Hop, notamos um avanço significativo em nossa desenvoltura em sala
de aula. Conseguimos conceber uma aula dialogada, apesar das falhas constatadas
em seu desenvolvimento. O principal equívoco foi não perceber que o diálogo com
os alunos conduzia os assuntos abordados para uma direção que não foi
contemplada no momento requisitado. Por exemplo, ao falar sobre as origens do
Hip-Hop nos EUA não percebemos que os alunos estavam mais interessados em saber
sobre o contexto brasileiro de construção dessa cultura. Assim, nos prolongamos
bastante nesse momento e não conseguimos promover um debate interessante. Outro
ponto problemático foi a opção por recortar os documentários exibidos, o que
acabou desestimulando os alunos, pois os filmes foram interrompidos quando os
alunos começavam a se envolver com a narrativa fílmica.
Apesar da ausência de
um diálogo na explanação dos conceitos durante a primeira oficina e da
fragmentação de debates ocorrida na segunda, compreendemos que também
conseguimos êxito em determinados quesitos. Muitos alunos demonstraram
compreensão sobre a constituição histórica da cidadania, do gênero e da
periferia, o que foi perceptível tanto nos debates em aula quanto nas
atividades extraclasse. Além disso, a oficina sobre hip-hop despertou a
identificação dos estudantes com a periferia e o interesse pela cultura
hip-hop, apesar de ter provocado maiores reflexões sobre a questão da
identidade negra. Mas, avaliamos que para aprofundar nessas temáticas e
alcançar a totalidade da turma é necessário um retorno das atividades e um
processo contínuo de debate e ensino, pois se tratam de aspectos de grande
relevância para o cotidiano dos jovens.
Nós acreditamos que
refletir sobre nossos erros e nossos acertos são fundamentais para a pesquisa
de técnicas pedagógicas. É importante ressaltar que as experiências com os
alunos do IFG| Aparecida de Goiânia enriqueceu nosso arcabouço teórico e
metodológico, pois a turma se mostrou muito disposta a aprender e a participar
das oficinas, o que ficou evidente com a batalha de hip-hop organizada pelos
próprios alunos na segunda oficina. Nesse sentido, sabemos que o envolvimento
dos alunos foi crucial para os resultados satisfatórios obtidos em sala de aula
e nas atividades realizadas em casa.
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